No zoológico, férias. Assistir a vida e
o comportamento de seus animais preferidos. A criança ama os animais, todos
eles sem distinção. Sua vontade? Pegá-los no colo e acariciar um a um.
- Tigres não são animais de estimação.
Ele come quilos de carne e é selvagem – explicou a mãe.
Eles não são gatinhos então? Nunca
entendi. Pensei que carinho, educação e
muita carne bastavam para adotar um filhote. Um bebê pode ser domesticado, não?
Inocentemente uma criança alimenta um
tigre através da grade, mas migalhas não são interessantes, são?
Pessoas. Irritam! As risadas e os gritinhos.
Nunca viram um tigre, petulantes? Rugido. Jaula. Um braço... Braço.
Como uma cadeia alimentar, lei do mais
forte. O tigre aguardou um momento de distração. A inocência de uma criança, um
bote e um braço.
- Que delícia. Comida! – Rugiu.
Na jaula, um braço como uma coxa de
frango para um belo animal selvagem.
Pânico! O menino gritou no susto. Onde
está o braço que não se sente mais? O sangue escorreu, manchou a camiseta e
então veio a dor quando seus olhos repousaram sobre o ferimento.
Choro!
O que fiz de errado? Ele não foi educado
pelos donos do zoológico? Não era alimentado o suficiente? As pessoas vieram ao
meu encontro, mas o braço já estava em meio aos dentes do animal. Não gosto
mais de tigres?
- Por que os médicos não podem me
consertar, mamãe?
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Esse texto você leu na sala no ano passado. Eu já havia adorado. - Luiz de Carvalho.
ResponderExcluirNarrador adulto crítico sufoca narrador criança, ou o contrário?
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